Páginas

Sonhar é preciso, nem que for sonho de padaria...

Nem uma coisa nem outra, o que há entre elas é o que me encanta

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Pra quê a porta?

A porta, nem estreita nem larga,
nem aberta nem fechada...a porta
pode também ser uma fresta,
uma saída, uma entrada
A porta
muitas vezes é janela e descortina
mundo sem tramela,
jogos de cintura,
pontos de ruptura...
a face da cria nos olhos da criatura
é porta acorrentada, é janela trancada
é torre de marfim em pleno chão,
em plena zona de desconforto
urbana, central, centro do centro comercial
da aparência a latência descomunal,
seu canto é arroto,
seu som é escroto,
sua dança é corpo morto
seu passo é condenação
que vem de antes de eu nascer...
Mas não quero nem saber,
não espero seu passinho crescer
nesse lado de cá,
nesse lado de quem
só dança quem sabe a coreografia pronta
e não ousa o contratempo, o contra fluxo, o contrassenso,
aqui não queremos sua contradança
seu bilhete é só de ida,
sua porta corrompida
sua cultura me incomoda, me estressa, mete medo
e me obriga a fechar a porta pra manter tudo no lugar,
a porta, nem fechada  nem aberta,
é inteira de fachada e não te serve pra você
que é de carne, osso e estatura,
pra você que é feito dessa sua cultura diferenciada,
pra você que mete o dedo e dá um rolê,
a porta nem espera, é mera cortina cerrada
pra poupar os nervos, pra evitar a confusão...
Tire seu rolê do meu caminho,
que eu quero passar o meu cartão
comprar o meu rolex, relex...
rolê, pra quê?
a porta pra quem?

Nenhum comentário:

Postar um comentário