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Sonhar é preciso, nem que for sonho de padaria...

Nem uma coisa nem outra, o que há entre elas é o que me encanta

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Quem sabe um dia...

Quem sabe, um dia,
sua música na minha poesia;
seu poema em meu grafema!

Quem sabe uma hora qualquer,
sua flor no meu jardim;
seu jardim em flor sorrindo pra mim.
Quem sabe...

domingo, 25 de abril de 2010

Não importa o quão triste estiver, se cantar, passa

Não importa a altura da queda, a dor da ferida, o peso da lida,
Não importa a força do tapa, o sangue na face, as marcas da vida.

Se logo cedo, na manhã de todo dia, meu espelho canta pra mim
Se vejo você, meu outro, com sinais de novo: aromas e ares de arlequim

Quero agora um quintal na minha janela, ver as cores que vêm dela
Quero tudo, com sintomas infantis e a coragem de aprendiz

Diz, quem não se rende ao carinho de um canto, uma melodia?
Diz, quem não se entrega ao ver a tristeza, encantada de alegria?

sábado, 24 de abril de 2010

O que Sinto?

O que sinto?

É como um vulcão gelado
que implode e explode com a mesma intensidade
E não se sustenta,
E quando a lava se desprende de tamanha internidade,
É no peito que se cristaliza e se instaura
em tentativas de migração para qualquer coisa como voz, ou manifestação...

Às vezes meu vulcão é choro explodido, é lágrima quente sobre a face triste.
Às vezes é sorriso torto, contentamento turvo, sob um respiro morno...
Às vezes nem choro nem riso, é só um estado, um tempo, uma vontade perdida.

No cume desta montanha gelada, perdi meus sonhos encantados,
Minhas pedras de sustentação,
Minhas lágrimas a queima-roupa.
Perdi meus olhos visionários, meus dons embrionários,
Minha coragem infantil, minhas asas na ventania...

Nessa esfera gelada, meus pés se prostraram
e meu corpo suspenso pelo fio das lembranças do que pude ser e não fui...
Nessa era solitária, sou uns passos perdidos na escalada deste vulcão
e sou lava fervente sobre meus pés na contra-mão.
Sou sangue nas veias, no peito e na saliva.

Sou o gosto salgado e insosso das esperanças perdidas.
Sou ainda, inverso sem pressa, nevasca que não cessa,
Madrugada que arte e não amanhece, escuridão fosca que entorpece,
Mansidão que grita e não se escuta.

Dor que ferve e não se inflama.
Corte que sangra e coalha e ninguém vê...

Sou a voz que chama com risos nos olhos e lágrimas na poesia,
Com ternura nas rusgas e dança na apatia,

Sou febre que passa, com um olhar na alma
Sou alma que vibra com um atento abraço,
Sou lava desse vulcão eterno,

Sou montanha ardente e fria,
Sou gelo, que roga por fervura,
Sou fogo que aflita ventania...

É O FIM

É o fim!
Do ano,
Dos tempos,
Do Cosmo,
De Mim!!!

Dói, porque eu já conheço inteira
Esta estrada, essa cara da solidão.

Sei de cor o peso desses suspiros todos
E de tanto choro n’alma
Peco pelo excesso e escassez de calma.

Peço aos céus, n’outra chance, os mesmos olhos iguais,
Como num dia, naquela rua foram os seus em mim
E os meus nos seus...

Dói tudo!
Pois é o fim do ano!
Dos tempos!
Do Cosmo!
De Mim!!!

A Trilha do Dia

Este é mais um 23 em que a primavera chegou,
então, mudei os móveis de lugar, pendurei toda a roupa no varal,
colhi algumas flores, plantei outras tantas e acendi um incenso...

Agora eu já tenho uma máquina de escrever e uma vitrola,
E penso que não vejo a hora de comprar um vinil e uma fita
Quase ninguém acredita,
mas eu ainda vou à loja de discos e escrevo cartas em papel colorido...

Apesar dos ismos da pós-modernidade, escrevo à mão
Apesar do mundo digital, ainda tenho uns pés no chão.
Gosto de ver dentro dos olhos das pessoas,
Gosto de ver as pessoas por dentro...

E agora que a primavera já está aqui
e eu tenho uma máquina de escrever antiga
Só me resta ligar a vitrola
E quem sabe fazer poesia deste fim de hora...

Deus de mim

De olhos vidrados em algumas fotografias,
as imagens vêm de risos, óculos e de rostos
que com o tempo trazem impressas as pegadas da vida...
De risos e óculos
as pessoas foram se chegando,
alguns se mostrando e raros, muitos raros, ficando...

Entre as fotos jogadas na estante,
as imagens reveladas e o maracujá partido,
ora sobre a mesa, ora no sabor do fruto da infância,
nasce essa grafia incerta e certa do que diz.
que inspirada nas linhas do poeta,
trouxe-me a lembrança dessa espera eterna,
desse Deus de mim que tarda tanto a chegar!!!

Um Ponto Ótimo de Comunicação

Um fala outro escuta
O que sai é o que chega
Mais que interpretação, impera a comunicação
Mais que audição, reina a interação
Um ponto ótimo de ser humano é o que fala e o que ouve
É o que sente antes de saber e percebe antes de entender

Terrível mesmo,
É não ser escutada,
É não ser ouvida
É falar no vão do mundo
É gritar uma coisa e ser esbofeteada com outra
É ser uníssono, quase monólogo mudo,

É quase ouvir,
Quase falar,
Não perceber a mudez no olhar,

É gritar calado,
É silenciar na multidão,
É clamar por percepção!!!

É não existir por não ser ouvido,
É conversa a dois, a três e estar sós,

Terrível mesmo
É não ser por não se ter mais voz...

A vida vive tentando nos enganar

A vida vive tentando nos enganar.
Primeiro, a gente percorre um caminho esprimido, apertado, sufocante e num grito de chegada, desafixia este aperto, como numa tentativa prévia de assumir a solidão.

Aí, vem alguém, oferece a mão, o colo, o leite e a gente se aconchega e vai aprendendo a não ser só.

A mão, o colo e o leite, continuam quando a gente cresce um pouco mais e o desaprendizado em torno de si, também.
Também cresce a percepção em torno da solidão que nos acompanha, e assim, a gente finge que ela nem existe... e se existe, que fique bem longe!!!

Mas tem uma fase, que todo mundo se vê obrigado a encará-la se não, a aceitá-la. E aí, sabe o que acontece? Recorremos àquela mão do primeiro dia de vida e quase sempre não a temos mais; e assim, nem o colo e muitas vezes, nem o leite. E agora, de nada vai adiantar espernear nem gritar.

A única saída é assumi-la e assumir-se. Aí, dá uma vontade louca de voltar lá no nascimento, lá no parto, lá na chegada e gritar bem alto pra que todos se afastem e desapareçam com a mão, o colo e o leite e deixem a solidão se instaurar e cumprir o seu papel e ficar, porque afinal, é sempre ela quem está, é sempre ela quem fica, é sempre ela quem nos assiste do parto até o último fio de ar...

Antes a solidão, - porque é fato e com ela eu me vejo e me percebo-, do que as falsas presenças que de tão inconstantes, teimam em fazer de mim –e de você- um espectro que nem é e nem foi, apenas se enganou, no cumprimento de curso que exalta as companhias e repelem o estar só...
Será que é a vida quem vive tentando nos enganar ou é a gente que se engana porque é mais cômodo???

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Ponta de lápis

Poeisa mais linda vive na ponta de um lápis:
Pedra bruta de carvão, lapidada com esmero, paciência e precisão,
nas mãos e no olhar de um menino ou uma menina,
Que por um instante ou por um suspiro, adivinham um sonho inteiro
Assim, enquanto o lápis gira na busca por uma ponta bem fininha...
A esperança se aninha no ventre infantil: colo de todo sentimento verdadeiro

domingo, 18 de abril de 2010

Como diria Marcelo Camelo...

Eu que já não quero mais, ser um vencedor, 
levo a vida devagar, pra não faltar amor...

JABUTICAQUI no Galpão Althur Netto - Celebração e Vivência da Cultura Popular...

DELÍRIOS NIETZSCHEANOS (Assim falou Zaratustra)

Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.

Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar.

As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras

Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti.

É mais fácil lidar com uma má consciência do que com uma má reputação.

Torna-te aquilo que és.

É necessário ter o caos cá dentro para gerar uma estrela.

Temos a arte para não morrer da verdade.

Não se odeia quando pouco se preza, odeia-se só o que está à nossa altura ou é superior a nós.

Quem, em prol da sua boa reputação, não se sacrificou já uma vez - a si próprio?

O medo é o pai da moralidade.

sábado, 17 de abril de 2010

PASSARINHO

Passarinho ferido que sai da prisão,
Não sabe direito o que vê
Não pisa nem nas nuvens nem no chão
Não sabe nem ler...

Passarinho sozinho que pula a janela
Não sabe direito das asas do vento
Precisa de ponte pra saltar,
Precisa de um colo de mão
Precisa de aulas pra voar

Passarinho ferido e sozinho
Não sabe direito o que é ninho
Não sabe direito o que é norte
Precisa aprender sua natureza
Precisa entender a força que tem
E ser mais leve que o pensamento

Passarinho tem que ser só asas
E por força ou vontade,
Partir ou se deixar ficar
Aqui ou na imensidão do além,
Passarinho precisa saber da força que tem...

MULHERZINHA

Nasci menina feita para ser mulher
Dar à luz, namoro de sala, beijo mudo
Boneca de pano, cabelo de sol, bem-me-quer
Nasci pronta pra poesia e pro chão e pra tudo

mulher quase feita, eleita a sina
Dançava com a menina de dez idades,
Cresci no tempo rubro das retinas e
Como nunca mais voltasse a vê-lo,
Tingi de luares meu cabelo e fiz da noite
o que já era em mim, o início das saudades

Adivinhei a ida toda e inventei um colo no fim
Sonhei os poemas e escrevi as flores e os altares
Andei na terra das fadas e dos medos sem sair de mim
Trilhei comigo a órbita das letras e estive assim, em todos os lugares

A trajetória do que sempre quis me trouxe aqui
E posso, por querer, tocar o que a mulher sabe,
Sentir o que a criança sonha e sem querer,
fazer verso de fim de vida e música do frio que me dói...

Da loucura sei bem pouco, da solidão, fiz-me coragem
Das janelas: vista sempre curiosa e quase saltos pro céu.

Mulherzinha magrelinha com sentido apurado,
Sei mais de pudim de pão que espirais de linguagem...

Quando nos braços boneca de pano, cabelo de sol e bem-me-quer
Te esperava (sem saber) crescer homem, pra me fazer, sonho de mulher.

DOCE PRESTÍGIO

Torta de frango com palmito,
uma vida em contato com a massa,
até a alma chegar ao ponto.
Até o ponto perder o sentido,
e só nos restar a intenção da torta
e o forno aceso na cozinha!
É quase sempre tarde demais,
Nesta visão póstuma de tudo...
É quase nunca audível o grito das retinas
E os instantes, a idade, os sins todos
Adotam um teor tardio em que
O vazio se acomoda nos cantos da casa
E o fogão cordialmente nos sorri...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Por que tanto silêncio??

Por que tanto silêncio,
se minha voz é teu nome, se meu som te chama tanto?
Tanto fiz com meu grito, meu desespero ensurdecente,
hoje rendo-me à mudez do olhar: milagre do que posso te tocar,
e te converso, assim, comigo,entre a música e a poesia,
livre, levee lindamente...

domingo, 11 de abril de 2010

tolerÂNSIA, tolerância?

É. Temos mesmo que ser tolerantes!!!
Estamos na era das diversidades, das diferenças, da multiculturalidade...
O problema, é que sempre fomos únicos e sendo cada um, nós mesmos, fomos sempre diferentes uns dos outros (graças a Deus)...
Quem sou eu pra tolerar alguém. Quem é você pra me tolerar?
Tolerância pressupõe poder, domínio de quem tolera sobre quem é tolerado... 
É. São os dias de hoje, do tempo atual. Da democracia, das diferenças, das diversidades...
Este tom politicamente correto é ou não digno de "Ansia"?

quinta-feira, 8 de abril de 2010

E no meio do mundo

 E no meio do mundo, um frio de doer os ossos, de desossar as almas mornas.

Se o inverno é mesmo inevitável, só nos resta acender o fogão e preparar um bom caldo quente.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Viagem Teatral 2010 - Pinóquio, Etc e Tal, Dias 06 e 07 de Abril, no SESI de Mogi das Cruzes




Viagem Teatral 2010 - 1ª temporada
Teatro Por Um triz
Quatro marceneiros trabalham em sua oficina quando recebem uma encomenda inusitada: construir um boneco de madeira. Lembram então de pinóquio, o boneco construído por Gepeto e resolvem contar sua história com materiais existentes na marcenaria: pedaços de madeira e ferramentas.
Ficha Técnica
Texto: Márcia Nunes e Péricles Raggio (a partir da obra de Carlo Collodi) | Direção: Henrique Sitchin | Elenco: Andreza Domingues, Márcia Nunes, Péricles Raggio e Wagner Dutra | Elenco Stand in: Sandra Lessa | Bonecos e Cenografia: Teatro Por Um Triz | Trilha Sonora – Loop B | Realização – Teatro Por Um Triz .
Duração: 50 minutos / Classificação Etária: Livre para todos os públicos / Modalidade: teatro de animação infantil
Vale a pena conferir! O espetáculo tem entrada gratuita e começa às 19 horas.
O Sesi Mogi das Cruzes fica na Rua Valmet, 171, em Brás Cubas.
Mais informações pelo telefone 4727-1777 ou pelo site www.sesisp.org.br

Inscrições para a Clafpl até 21 de Abril

 Agora dá tempo de publicar seu trabalho!!!


- O III CLAFPL - Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas continuará recebendo inscrições de trabalhos até a 0h do dia 21 de abril