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Sonhar é preciso, nem que for sonho de padaria...

Nem uma coisa nem outra, o que há entre elas é o que me encanta

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

(in)comum


E quanto à lágrima que caiu e você nem viu,
Ao choro engolido, ao sentimento corrompido
Em nome de não sei o quê

E quanto às noites no sofá que você nem sabe,
Os sorrisos invertidos pra tevê, pra alguém
Que nem sabe se eu existo,

Quanto tempo ainda resta, nessa vida, uma fresta
É o que sustenta a existência,
Parcimônia, paciência, num espelho nublado

Gente a gente, lado a lado e nenhum encontro,
Toque a toque, olho a olho e ninguém se revela

Vistas postas numa tela, de cristal, de papel, digital
Vidas tortas, distorcidas, desatadas, (des)tecidas
Sem um nó que as abrace, que resolva o impasse,
Que promova o enlace, que demova o desumano em nós...

Nós de cadarço, de madeira, de cetim, de algodão, de corda,
De fita, de cipó, de barbante, de aço, de amante, de um abraço...
Braço a braço, passo a passo,
 Não um sendo dois, nem dois sendo um,
mas todos sendo tantos, com sonhos em comum