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Sonhar é preciso, nem que for sonho de padaria...

Nem uma coisa nem outra, o que há entre elas é o que me encanta

quinta-feira, 23 de maio de 2013

amanhecida

E como flor amanhecida de longa madrugada,
sou abraço parido na manhã que tece,
lenta e plenamente o dia que entardece


terça-feira, 7 de maio de 2013

de todo espinho ou flor...

De todo espinho ou flor, descaminho, tanto amar ou desamor,
de toda gastura, afeto ou agrura, 
verdades editadas, mentiras mascaradas,
de todo carinho desfeito em traições,
de toda pressa, temor, promessa, 
noites não dormidas, dias adiados,
esperas, entregas, primaveras, utopias,
de tudo e um tanto mais a vir, a ver, a estar e ser
de tudo, há um tanto de nós que fica,
uma marca, um desenho, um gesto impresso...
nada passa em vão,
sonhos vêm, outros vão, nascem outros desejos tantos,
a nós resta nesta vida plena de portantos,
entrever a graça ou (des) que deixamos pelos cantos...
de todo espinho ou flor,
o que prevalece na/da vida que fica
é a imagem/lembrança do gesto que cada um plantou....

enquanto a pele arde...

Todo dia ardia uma chama sem nome sob a pele dos olhos, sob as peles da alma...
...e seus passos eram brasas vivas na carne...
tinha o ofício de fazer andar...com o tempo treinou a paciência, reviveu o passo a passo de cada momento...
aprendeu a calma, e hoje, a ardência é o contraponto da dormência sob seus pés...
continua a andar, às vezes em carne viva, em outras, alma leve pelo ar...
todo dia que arde é um aviso de vida que não se adia, 
é um grito que se anuncia...ainda não é tarde
enquanto a pele arde jamais será tarde...