Páginas

Sonhar é preciso, nem que for sonho de padaria...

Nem uma coisa nem outra, o que há entre elas é o que me encanta

sábado, 15 de fevereiro de 2014

gente(S)

tem gente de bem,
com a vida, consigo, comigo
tem gente que nem entende a força gravitacional do umbigo
tem gente com nome, sobrenome,
que só existe enquanto consome
gente de bem e de bens
tantas vezes reféns
tantas vezes seu próprio inimigo
tem tanta gente por aí
de todo tipo, todo jeito
tanto sujeito assujeitado
remando só pra um lado
como se o mundo não tivesse avesso
e as ideias nem fim nem começo
gente de bem que só aprendeu as letras do amém...

desencan(t)ada

desencan(t)ada... 
algum desencanto... algum tanto...
por enquanto...encanto algum no lugar comum...no bom senso
dissenso é lugar de descanso da hipocrisia, é ponto de transmutação
é onde as máscaras perdem sua cor e o choro ou alegria
dão o ar da graça, da cria, criatura e criação
um ponto de encanto... outro olhar, outro canto...

(dis)curso

meu perdão
meu rancor
faces e disfarces
de um mesmo (dis)curso

todo mundo

Todo mundo morre um dia,
um dia todo mundo vive também
o mistério é justamente perceber 
quando se está em um ponto e outro

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

história

Porque a vida é feita de histórias, 
de história a história, 
conto a conto,
nossa memória e nosso ponto
de exclamação, de interrogação 
de resistência
de cor e (in)coerência
verve e reverência
espera e paciência
sabor e sapiência
a toda hora
que em nós transpassa (e fica) de referência...

do que o tempo diz

Daí o tempo vem e sussurra em meu ouvido sua existência,
e o que imaginei ter perdido, o que dei por vencido
no vento de outrora
é verdade irrefutável, 
significado inexorável
no sentido de agora.

como é doce sentir a ação do tempo nesse moinho de sopros que é a vida!!!

tijolo

é de tijolo em tijolo, mas a estrada nunca para;
a construção jamais acaba,
fazer o caminho é luta pra vida inteira,
ainda que sobre águas, 
ainda que em meio às nuvens
andar é metáfora própria do viver
ainda que no chão de estrelas
ou de tijolo em tijolo,
mas a estrada existe em toda sorte de vida,
até na morte, 
a eternidade é estrada comprida

parto

parto
mas fico
dividida e multiplicada
mater, madre, mother
(re)parto

dor fina

não há poema,
nem diadema,
nem coroa 
nem novena,
nem era nem quarentena
que resguarde uma cabeça assim
tão vazia de emoção,
tão ôca de alfazema.
não há traço que sustente,
não há rima que se aguente,
não há sonho que se alimente...
nem bezunto, nem morfina,

que entorpeça um corpo doído assim
de uma dor fina, dormente
de amor tão ausente, 
tão ferido, tão rasgado, tão espinho
de um compasso tão sozinho,
de um sentido tão perdido, 
choro engolido num caminho remendado...
nem bezunto, nem morfina,
remédio algum, nem aspirina...
não há poema,
nem diadema,
nem novena,

nem mais rima...

estampa

A estampa
fina ou não
é mera impressão
por fora...
o ditado está posto
por dentro...
é que se sabe 
do sabor (ou bolor) do pão

diadema

Quando eu era menina sempre usei diadema nos cabelos
gostava mesmo era das que brilhavam, 
as douradinhas me fascinavam...
Depois do tempo das diademas vieram as tiaras,
os arquinhos, todos vestidos em muitos tipos e cores várias,
como nunca mais vi o brilho das diademas,
elas ainda permanecem em minha cabeça.
às vezes apertam um pouco,
deve ser o douradinho de seu ouro,
mas ainda assim, permanecem em meus cabelos essas diademas

(dis)curso

meu perdão
meu rancor
faces e disfarces
de um mesmo (dis)curso

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

mergulho

Já que a fonte é rasa
e o céu profundo
resta o mergulho
de cabeça...
o horizonte
o penhasco
o asco...
quando o medo de voar
encolhe minhas asas