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Sonhar é preciso, nem que for sonho de padaria...

Nem uma coisa nem outra, o que há entre elas é o que me encanta

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

sonho

que o sonho nunca tarda
só cala
às vezes

enquanto quase

não fosse o quase,
ah se não fosse o triz
a retardar esse salto
...seria voo
certo ou incerto,
mas seria...
por ora, no tempo da espera,
futuro do pretérito quase presente,
mas é só enquanto
quase...

eu + eu = nós

nós espalhados em  eus

consumindo-me

gasto tudo que ganho em miçangas, retalhos, flores, pedras, fios, letras, músicas e temperos, tudo.

desaniversários

aniversário de descasamento, 
desmatrimônio, 
desenlace,
bodas de asas
e lucidez...
atalho de vida

bem vestida

e dos vários corpos que vestem o Amor, 
a amizade é o que mais me cai bem

desaguar

desaguar na seca,
redundância 
ou desperdício?

umnooutronoum

Porque a vida é assim, às vezes uma íngua, noutras tantas, língua, mantras, gritos, dolores, cantos, primos, primores, náuseas, pausas, ausências...tudo umnooutronoum...léxicogramaticalmentefalando...

cadê minha fala?

estamos mesmo numa mega (re)produção,
cadê o roteiro?
perdi minha fala...

não há...

não há quem exista sem contexto
sem chão não há história
sem referência não se pensa
se pensa que pensa, se imita
toda fala só se agita,
que nem mosquito em busca de luz
não há curso,nem discurso,
o caminho é sempre o mesmo
e à mesmo,
não há quem exista sem contexto,
não há texto,
só letras mortas de mãos dadas
fadadas à palavra isolada
que se reproduz

da bolha que nos engole

Tenho medo dessa bolha gigante e invisível 
que degusta aos goles os pensamentos e sonhos de toda/tanta gente,
tenho medo...

da vida e das mortes

única certeza da vida:
há morte e mortes,
umas durante a vida
a outra, inexorável.

nua

minhas roupas são palavras que passeiam mundo afora,
por agora, ando nua

das pedras

gosto de sentir o afago das pedras nas plantas dos pés,
ando com cuidado e atenção,
piso nas pedras e elas suportam generosamente meu corpo inteiro,
enquanto as piso, elas me afagam.
vou assim devagarinho pra não perder o instante dessa interação

colar

em meu colar de contas: conchas, carvão, barro e ventania
tudo assim solto, sem fio, flanando maresia

do viver

vivemos em pleno milagre
a cada respiro
a cada suspiro
vivemos
quem viver "milagrarejá"

da espera

quando tudo beira o desespero
na mais terna contradição
respiro fundo e espero

não fosse

não fosse o quase,
era tudo,
não fosse tudo,
por um triz...
um passo,
um laço,
um palmo diante do nariz
e o mundo é grande demais
pro olho perceber
o detalhe do que vale
a pena ver...
não fosse tanto
era enquanto,
agora, o que há,
e só.

hiato

h.i.a..............to
fôlego
sus.....piro
com vontade de voar mas com as asas molhadas

presente

os verbos da vez, da primeira à ultima conjugação:
presentificar, pertencer, responsa(si)bilizar - ME