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Sonhar é preciso, nem que for sonho de padaria...

Nem uma coisa nem outra, o que há entre elas é o que me encanta

sábado, 20 de outubro de 2012

dúvidas?

Ultimamente vejo tantas certezas estampadas e gritadas, que só me resta mesmo a dúvida: duvidar é (im)preciso, mas dá direito ao conflito, ao movimento, ao contraponto de ideias, de visões, de vidas. 
Viver? mais (im)preciso ainda!!! Será?

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

tempo

trabalhou tanto pra um dia ter tempo que o tempo estrangulou as promessas de (con)viver com os seus...
no tempo de agora está morto e bem enterrado o tempo de outrora e sobre este terreno um edifício vazio, escuro, gelado. Nele habitam uns olhos parados, tristes, às vezes assustados com a inabilidade em lidar com o tempo que sobra e com os que com ele se foram...

terça-feira, 16 de outubro de 2012

certezas...

Toda certeza nos distrai, 
nos desvia de outras perspectivas, 
até mesmo esta que agora tenta se firmar... 
a certeza absoluta cega e nos rouba o movimento... 
um olho no chão, outro no vento...

eu sou de terra

Eu sou de terra, chão, barro, poeira, multidão... 
do mato, verde, folhas, flores, frutos, promessas diversas...imensidão...
também sou do ar, do vento, semente rebento a voar... e da água, do mar, do rio, cachoeira, do "mundo vasto mundo",
riacho, corredeira...corredores de estrelas... 
céus, véus, nuvens, cortinas, homens, mulheres, moleques, meninas, 
crias, re-crias, criadores, criaturas...
pó, partícula...vastidão...
cristal, lodo, lama,
comum...comunhão...

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Qual?

Qual a cor do olhar que te carrega e de qual chão ele vê o que você pensa saber? 
Qual é o lugar que te desterra a visão, seus pontos de vindas e idas, suas vírgulas certeiras e seu sonho de exclamação?! 
Qual é a cor do olhar que te carrega, de qual chão??

quem sabe

...no adiantado das horas, 
só me resta apagar as luzes da casa e olhar pra dentro sem medo...
quem sabe o sono desvele à alma algum segredo...quem sabe?

daqui

daqui, dessa madrugada remota, desse dia que passou sem sal,
daqui, desse lugar sem ares de viver, sem mais ânsia de sonhar,
sem mais olhos pra ver,
é daqui, que consigo penar as horas, almejar muletas, escalpelar a dor inteira de um querer...
...que não pode ter fim, por não merecer nem de um ponto final, nem de um ponto em comum.
daqui, d'onde vive o desencontro...
só restam o sentimento e a sorte de um!!!!

eu

Uma parte de mim pensa ser eu, 
a outra?
 vive a me procurar...

sabe agora?

Sabe agora? nessa hora em que a vida tá passando e a gente nem vê? 
que o fruto, antes flor, antes broto, antes sonho de semeadura, também passou diante da gente e quase ninguém notou? 
é esse o instante em que o sol brilha, ou a chuva cai; 
alguém chora ou sorri ou simplesmente silencia; 
algum canto, algum poema, alguma flor desabrocha, outra se vai....

Sabe esse instante de agora? esse que o mundo inteiro cabe em sua cabeça e numa piscada, de repente, nada existiu?
Nesse que fingindo não ver o que vemos e sem nem saber por que, a gente simplesmente vai...?
toca o bonde, segue em frente, ruma adiante.... 
e não se dá conta de que perde exatamente esse momento que vive nos fazendo falta... 
que grita por atenção, que precisa existir...
mas que nosso andar sempre atropela, adia...deixa pra trás...
transformando-o numa eterna ausência...

ausência de vida que um dia não pode voltar mais, 
ainda que criemos olhos vê-la...
...será somente lembrança, desejo ultrapassado 

...sempre chega uma hora, um momento, um instante em que é tarde demais...

O que te move?

O que te move? 
O que te faz andar, sorrir, partir, sorrir, chegar, ficar ou deixar-se ir? 
Qual é a força, luz, causa, que movimenta seus passos, orienta seus traços, dá a medida de seus descompassos? Que gastura ou desejo te faz levantar todas manhãs, cada dia? 
Quem inspira sua agonia, sua inquietude, seu pecado ou sua virtude? 
Que sonho, esperança ou expectativa alimenta sua alma? 
Em que mar seu andar deságua, seu mirar se anuncia? 
O que te move? te faz andar, sorrir, partir, chegar e/ou fingir que nada disso é com você? 
O quê te demove tanto assim de só ser?

quase

sim... está tudo agora (e sempre) por um triz e eu que sei que nada fiz, reservo-me o direito de dizer que no momento estou odiando os "quases" da vida!

perdendo-me

"Perdi-me dentro de mim porque eu era labirinto" 
...hoje, vivo a tecer o fio que me leve a um ponto, uma porta, uma janela, uma veia de rio qualquer que me acolha em suas águas e faça-me tantas...

só por hoje

simulacros que pensam que pensam e se perdem nos sentidos, 
se despedem do que sentem...
contemplo, observo seus andares, suas desedificações....
....entristecidamente... 
amanhã volto a crer na transformação

aprontemo-nos

Não. 
Definitivamente não sei quem sou! 
Mas também estou tão distante de estar pronta...
aprontemo-nos...

Da vida

Da vida e suas nuances eu quero mesmo é inspiração... 
Por aqui não há dor que permaneça, andor que se estabeleça... 
aqui jaz a permanência; 
impera livre e bailarina, às vezes até calada, a eloquência...

Da vida e seus relances, não me importo muito em perder o gol...
desejo mesmo é não perder as cenas dos olhares 
e transcender a partida para além de qualquer chão... 

muito me importa alimentar frestas de imaginação...
nela jaz o muro, o padrão e regulamentar; 
transita leve o desatino; falece manso o destino e a vida pode caminhar... 

Dela, a vida, o que desejo é jamais deixar de desejar!!!

chão de estrelas

Varrer o chão da sala 
pras estrelas (do céu e dos mares) repousarem tranquilas em meu tapete de sonhos...

uma e outra

Uma em mim cochila, 
a outra vela seu sono e alimenta o sonhar - matéria-prima de quem teima em remar...

se...

Se a poesia me bate a porta, 
só sei abrir e deixar entrar; 
o que ela vai fazer de mim (e de você), 
se vai ficar ou se perder, 
se arrepender ou se perdoar... 
já não sei dizer...

as sombras assombram

As sombras assombram, 
mas  de repente me lembro que posso acender a luz 
e elas vão-se todas com o rabinho entre as pernas...

coragem

Ter consciência da derrota também implica em uma certa dose de coragem...então, neste sábado úmido e cinza aceno minha toalha branca da janela com a intenção de mudar de fase, trocar de chão, mudar de ares...

até que um dia...

E não sabendo ser o que gostaríamos, 
falamos sobre, 
dissertamos, 
deliramos, 
até um dia, quem sabe...
distraidamente, explodirmos em nós...

o rio é o rio e ponto

...o rio só aprendeu a passar...
seja sob ou sobre a ponte... ele passa e pronto...
ali jaz um ponto e outro reencontro... 
o rio? 
vai continuar a passar... e ponto.

viver

bom mesmo é deixar o tempo passar 
sem se apegar ao que ele leva 
nem se desligar do que nos traz... 
é uma arte....
viver deve ser algo como se perder e se achar de quando em vez, 
deixar-nos ir, nossa parte...

voar?

Não é que eu saiba voar, 
mas é que a queda já não me assusta... 
sentada no chão, 
aproveito para desenhar asas entre as pernas.