É que eu não tenho asas. Falou a menininha ao passarinho que a pediu pra pular da janela.
_Mas você tem medo de se machucar? Perguntou o passarinho curioso.
_Não. Eu não sei o que fazer com as asas que desenhei. Me ensina?
_Bom, a primeira coisa a fazer é pintar pena por pena. Você tem lápis de cor?
_Ganhei uma caixa ontem no meu aniversário.
Passarinho e menina então, sentados no chão, com as asas espalhadas, olhando um para o outro. Olhando para o mundo de cores dos lápis, agora desvendavam o mistério das cores das asas. Por qual começar?
A vida, via de mão dupla, em seus atalhos e desvios, descaminhos e rodopios, simplesmente vai... jamais em vão!!!
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Sonhar é preciso, nem que for sonho de padaria...
Nem uma coisa nem outra, o que há entre elas é o que me encanta
terça-feira, 6 de outubro de 2015
de nascença
Sou criança de nascença...
...e pau que nasce travesso
vira árvore do avesso
...e pau que nasce graveto
pode ser espada e amuleto
...e pau que nasce semente
pode ser poesia urgente
...e pau que nasce maré
pode ser pausa pro café
...e pau que nasce corpo
pode ser um passo torto
...e pau que nasce dança
pode ser abraço ou lança
...e pau que nasce canto
pode ser amor de um tanto
...e pau que nasce história
pode ser memória
...e pau que nasce pau
pode ser até luau, sarau, mingau
ou mesmo só pau...
Que mania de querer mandar na vida dos outros e das coisas!!!
...e pau que nasce travesso
vira árvore do avesso
...e pau que nasce graveto
pode ser espada e amuleto
...e pau que nasce semente
pode ser poesia urgente
...e pau que nasce maré
pode ser pausa pro café
...e pau que nasce corpo
pode ser um passo torto
...e pau que nasce dança
pode ser abraço ou lança
...e pau que nasce canto
pode ser amor de um tanto
...e pau que nasce história
pode ser memória
...e pau que nasce pau
pode ser até luau, sarau, mingau
ou mesmo só pau...
Que mania de querer mandar na vida dos outros e das coisas!!!
ausência
A tua ausência, presente em quase corpo físico, e eu, raquítico,
resquício, risco de saudade...carbonizo lembranças tantas que mantras,
fiam-se em linhas desalinhadas, desenxabidas, desencontradas a grifar teu nome por onde andas... teu nome, por andas? teu nome? ...
resquício, risco de saudade...carbonizo lembranças tantas que mantras,
fiam-se em linhas desalinhadas, desenxabidas, desencontradas a grifar teu nome por onde andas... teu nome, por andas? teu nome? ...
imensa
Amar é reconhecimento mútuo...
é um estar vivo no olho nu do outro,
ainda que de olhos cerrados, ainda que cegos de nascença...
amar é reconhecer o amor no olhar outro,
além do que se pensa...
é quase uma (des)natureza,
é leveza que pesa,
corpo que se enleva,
é beleza mais que imensa.
é um estar vivo no olho nu do outro,
ainda que de olhos cerrados, ainda que cegos de nascença...
amar é reconhecer o amor no olhar outro,
além do que se pensa...
é quase uma (des)natureza,
é leveza que pesa,
corpo que se enleva,
é beleza mais que imensa.
arrancar os olhos
muitas vezes é preciso arrancar os olhos com as mãos...
é preciso muitas vezes duvidar da visão pra vermos o que está perto
e que de tão certo nos cega.
é preciso muitas vezes duvidar da visão pra vermos o que está perto
e que de tão certo nos cega.
risco
a vida é um ______________________(risco)
um esboço, um rabisco
mas é preciso apontar o lápis
ou o carvão
ou o graveto
na palma do ar
ou do chão
um esboço, um rabisco
mas é preciso apontar o lápis
ou o carvão
ou o graveto
na palma do ar
ou do chão
troca
Troco um verso torto por uma brisa morena...
Um sonho roto por uma ponta de pena...
Troco qualquer troco por uma rima de menina...
Um poema em letra fina com um gosto de alfazema
Um sonho roto por uma ponta de pena...
Troco qualquer troco por uma rima de menina...
Um poema em letra fina com um gosto de alfazema
pa-lavra
Eu sempre fui mulher de palavra...
lavra
rosário inaudito
bem e mal dito
bendito
seja
a cor e o sabor do grito
seja
o verbo na pedra
labor e silêncio
infinito
o verbo que da pedra
imito...
lavra
rosário inaudito
bem e mal dito
bendito
seja
a cor e o sabor do grito
seja
o verbo na pedra
labor e silêncio
infinito
o verbo que da pedra
imito...
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