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Sonhar é preciso, nem que for sonho de padaria...

Nem uma coisa nem outra, o que há entre elas é o que me encanta

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

o tempo de sonhar

Do tempo que me resta (que não sei quanto é), 
quero muito mais que festa, anseio o desejo de celebrar...
Da vida que ainda tenho, não me contenho, 
resta-me o tempo do reinvento, ainda o tempo de sonhar...

que venha

Minha mão está estendida, e que venha vida!!!

verbo ir

Sem paciência pra vingança, 
aspiro a andança, o caminhar...
bora andar que o tempo só sabe seguir, 
não tem tempo pra parar...seu verbo é ir

palavras

Não tenho palavras...elas é que me têm por completo

dez idades

E no auge de suas dez idades pressentiu que o tempo de crescer estava prestes a bater-lhe à porta...
e num misto de susto e coragem, saltou o muro do quintal dos fundos sem que ninguém a visse, embrenhou-se nas ruas sem saída que costumava desenhar no chão de terra vermelha com gravetinhos...é lá que vive até hoje...e sem cerimônias, vez ou outra dá o ar da graça, mas logo se assusta e volta a saltar o muro dos fundos do quintal sem que ninguém perceba.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

nem mais nem menos


Não te quero mais, nem menos... do mesmo tanto, mas não com o mesmo encanto...
isso eu perdi faz um tempo, nem lembro....
acho que quando vi que tudo ficaria como está, sem nenhuma chance de mudar...
cada um no seu chão, voltando sempre pro seu lugar...
cada sonho todo ilusão, sem força pra voar,
sem coragem pra ir de vez ou pra ficar...
Não te quero menos, mas não consigo mais te esperar...

minha cabeça roga um porto, um rumo, anseia um colo,
não dá mais pra se reinventar assim,
não dá mais pra desejar desse jeito um jardim só do meu peito...  
se é pra ser só, que seja então, mas que não seja em vão...
então, deixe-me ficar, assim mesmo sem aviso, assim mesmo indeciso,
mas volte inteiro pro seu lugar e deixe o que restou aqui de mim...
ainda há um chance de vingar alguma vida daqui, não destrua esta única chama,
não insista em algo que não existe pros dois...
Não te quero mais, nem menos... quero sim do mesmo tanto...
mas não com a mesma esperança...
essa, em algum lugar está perdida, nem sei...
deixe-me ao menos a chance de revê-la e inventar outro sonho em mim...
deixe-me só, levando nas mãos o que restou:
o desejo de dizer não, mesmo tendo na boca um sim,

domingo, 3 de fevereiro de 2013

tem dias

Tem dias que a vida é pura anestesia e só passa, 
se vai sem história e sem graça...
do que se foi, nem lembrança, só notícia, 
mas do que virá...nos resta sonhar a graça 
e quem sabe, a alquimia...

Por aqui

Por aqui tanta verdade, tudo parece resolvido, tudo pronto,
tudo pronto na nuvem, tudo certo perto dos olhos, diante da tela,
todo o bem, toda a religião, pra tudo aparece solução,
só palavra bem-dita, só nobreza de pensamento,
por aqui parece reinar a perfeição...
anestesiar a alma que se agita, abominar desarmonia, conflito
é preciso conter o grito...
todos sabem o que é certo, todos de luto, todos no manifesto,
todos querem a mesma opinião, a mesma política, a mesma solução...
todos, tudo e ninguém aplaudindo o amém...
diluídos no instante virtuoso e virtual...
no que é normal...
Por aqui tanta verdade, tudo parece resolvido, tudo pronto...
não é preciso contestar, discordar, pensar, nem pensar...

sobre...

sobrevivo? porque sobrevejo...

um afago

um colo, um afago, um afeto; 
um trato, um riso, um pacto...
um laço, um nó na garganta, um passo pro abraço; 
um sinal, um riso igual, 
descompasso, braço a braço...
uma dança, uma ciranda, 
vida que anda...tem sempre sede de um colo, 
um afago, um afeto; 
um trato, um riso, 
um pacto, um laço...

suplício

o estômago que ronca, 
o coração que aflita, 
tudo é fome que consome; 
respira a espera... 
suspiro, alma que grita...

escolhas

escolhas, matéria-prima do acaso...
mães, irmãs, primas, parentes e derentes dos frutos colhidos, 
dos sonhos tolhidos ou celebrados... 
escolha é substância que move ou demove a flor do desejo...
tece a fino fio o destino, o caminho, a resposta...
a escolha é mesa posta com o alimento que mata a sua e minha fome...
é sobrenome que invento, medo, instinto...
é acaso que desminto; 
é corpo e alma do pensamento...

sábado, 2 de fevereiro de 2013

lágrima

lágrima que acena é mar de dentro pedindo pra sair nas asas de um poema...

flores

as flores de meus sonhos? 
não as deposito em vasos...esses seriam sonhos rasos,
não as guardo só pra mim...
prefiro a semente que germina, 
a flor nascente que brota menina 
e me sorri quando em quando do jardim.