Deus sabe que toda reza é pequena pra esse tanto de confusão ...
o único jeito que vejo é 'transversar' o olhar terreno...
de tudo à parte, grande ou pequeno;
resta ainda um tanto de Arte!!!
A vida, via de mão dupla, em seus atalhos e desvios, descaminhos e rodopios, simplesmente vai... jamais em vão!!!
Páginas
Sonhar é preciso, nem que for sonho de padaria...
Nem uma coisa nem outra, o que há entre elas é o que me encanta
terça-feira, 8 de outubro de 2013
há tanto mar...
e de tanto "há mar", virou sereia...
e serena, metamorfose de areia morena;
no sereno do azul escuro lunar, ]
mergulhou fundo em seu olhar diamante...
antes que o dia acordasse
e o sonho desaguasse a fios sobre as águas marinhas,
aprendeu a nadar...
e serena, metamorfose de areia morena;
no sereno do azul escuro lunar, ]
mergulhou fundo em seu olhar diamante...
antes que o dia acordasse
e o sonho desaguasse a fios sobre as águas marinhas,
aprendeu a nadar...
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Deixe...
Deixe que meu verbo reverbere em sua boca,
que a língua inflame
a poesia dita, bendita ou infame,
deixe-a língua,
íngua que latente arde
e que não tarde, nunca à míngua
sente, clama, fala, inflama
reverbera primavera desajustada,
infinita estação... louca
uma ou outra era sempre à espera
Deixe meu verbo voar aceso no céu de sua boca
que a língua inflame
a poesia dita, bendita ou infame,
deixe-a língua,
íngua que latente arde
e que não tarde, nunca à míngua
sente, clama, fala, inflama
reverbera primavera desajustada,
infinita estação... louca
uma ou outra era sempre à espera
Deixe meu verbo voar aceso no céu de sua boca
deserto?
Já que tudo é certo, deserto
Decerto algum desacerto,
desespero,
acene a ferida aberta,
revele a incompletude,
a prosa incerta
e o rumo mude...
decerto...o incerto
...substantivo,
instância aparentemente rude
não-verbo ativo
cerne de tudo o que é vivo
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
pós...
o sentido da vida acaba quando o outro deixa de existir.
resta assim somente um eu sem ter pra onde ir,
sem poder fluir além de si.
existir implica interlocução, ego, superego, alteração...
alteridade em expansão de idos e sentidos,
até que um dia, o outro deixar de existir em nós,
e com ele, nossos olhos cegos... pós.
resta assim somente um eu sem ter pra onde ir,
sem poder fluir além de si.
existir implica interlocução, ego, superego, alteração...
alteridade em expansão de idos e sentidos,
até que um dia, o outro deixar de existir em nós,
e com ele, nossos olhos cegos... pós.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
a vida
A vida, via de mão dupla,
em seus atalhos e desvios, descaminhos e rodopios,
simplesmente vai...
jamais em vão!!!
em seus atalhos e desvios, descaminhos e rodopios,
simplesmente vai...
jamais em vão!!!
viu?
tudo é uma questão de pontos, de vistas...
ver! não ver! eis nossa contradição...
viu?
não viu?...
saia do ponto morto,
reveja a pontuação,
saia do ponto...
reformule a questão,
interregno...
interrogação?
viu?
ver! não ver! eis nossa contradição...
viu?
não viu?...
saia do ponto morto,
reveja a pontuação,
saia do ponto...
reformule a questão,
interregno...
interrogação?
viu?
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
remover
remar...remoer...render-se
rumar...desaprumar...remover
mover...remover-se...não-lugar
preciso e impreciso é andar...
ultrapasso do indeciso é pular...
remar...remoer...render-se
rumar...desaprumar...remover...
impreciso é o mar, indeciso é o olhar
às vezes, imprópria é a própria vida...
inócuo é até o ar...
quem liga?
remar...remover...
não-ser, não-lugar
rumar...desaprumar...remover
mover...remover-se...não-lugar
preciso e impreciso é andar...
ultrapasso do indeciso é pular...
remar...remoer...render-se
rumar...desaprumar...remover..
impreciso é o mar, indeciso é o olhar
às vezes, imprópria é a própria vida...
inócuo é até o ar...
quem liga?
remar...remover...
não-ser, não-lugar
sotura
Por um fio...
mas ainda há um fio...
o fio que sustenta ...
tenta, tenta, tenta, ele grita...
e não me deixa ir assim,
desistir de vez, sem olhar pra trás,
pra tudo, pra história, pra mim...
e fico...
por um fio...
mas ainda há um fio...
e a esperança de outra trama,
um tecido outro...outra costura...
sotura?
mas ainda há um fio...
o fio que sustenta ...
tenta, tenta, tenta, ele grita...
e não me deixa ir assim,
desistir de vez, sem olhar pra trás,
pra tudo, pra história, pra mim...
e fico...
por um fio...
mas ainda há um fio...
e a esperança de outra trama,
um tecido outro...outra costura...
sotura?
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
de tudo...
De tudo, um pouco,
de cada, um tanto,
da parte, a metade,
do todo, o encanto...
...inda que às vezes, só um pouco
...inda que um tanto, só louco,
à parte, a metade,
à parte, o pranto,
à parte, a parte...
...o outro, o eu,
tudo ou desse tanto.
de cada, um tanto,
da parte, a metade,
do todo, o encanto...
...inda que às vezes, só um pouco
...inda que um tanto, só louco,
à parte, a metade,
à parte, o pranto,
à parte, a parte...
...o outro, o eu,
tudo ou desse tanto.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
em silêncio
respirando em silêncio pra curar as feridas;
em silêncio fechando as cicatrizes,
recriando cascas,
retomando o fôlego e as forças pra voltar a andar...
em silêncio fechando as cicatrizes,
recriando cascas,
retomando o fôlego e as forças pra voltar a andar...
tudo
não quero muito,
mas do pouco que sonho pra mim desejo tudo por completo...
de corpo inteiro...de alma repleta...
mas do pouco que sonho pra mim desejo tudo por completo...
de corpo inteiro...de alma repleta...
pensando bem
...Pensando no tempo que nos resta e nos restos que insistimos em exaltar sem nem sabermos por e para quê...
(re)encontros
Às vezes (ou muitas) eu me escondo na tentativa de me achar...
umas vezes me encontro e nem sei o que dizer,
noutras só vejo o canto vazio pedindo pra eu ficar;
tem vezes que não caibo em nenhum lugar,
tem outras que sou meu chão e meu céu...
o véu que me cobre não me cega a visão nem me faz parar,
só adia uns passos, uns pontos, uns encontros...
e ainda que de olhar muitas vezes turvo,
confesso que à vida eu me curvo e não me canso de me procurar...
umas vezes me encontro e nem sei o que dizer,
noutras só vejo o canto vazio pedindo pra eu ficar;
tem vezes que não caibo em nenhum lugar,
tem outras que sou meu chão e meu céu...
o véu que me cobre não me cega a visão nem me faz parar,
só adia uns passos, uns pontos, uns encontros...
e ainda que de olhar muitas vezes turvo,
confesso que à vida eu me curvo e não me canso de me procurar...
domingo, 14 de julho de 2013
de longe
Estar cara a cara dificulta a distinção de um olho e de outro...
atrapalha a visão do meu e do teu olhar.
Ultrapassar a imagem imediata, a aparência, exige distanciamento;
de longe pode-se ter a visão do todo,
distante pode-se ver de corpo inteiro o que de perto era apenas um pedaço, uma fração.
atrapalha a visão do meu e do teu olhar.
Ultrapassar a imagem imediata, a aparência, exige distanciamento;
de longe pode-se ter a visão do todo,
distante pode-se ver de corpo inteiro o que de perto era apenas um pedaço, uma fração.
a dois
Pra ser um precisamos do outro, do além-nós...
o plural da vida implica em companhia,
tanto a tristeza quanto a alegria se faz em mais que eu;
Até a solidão exige interação, uma e outra mão...
Até pra ser só é preciso no mínimo um par...
toda vida precisa de ida e volta e revolta);
toda existência se faz a dois (ou mais),
seres iguais na contradição,
coerentes na busca pela inconclusão
o plural da vida implica em companhia,
tanto a tristeza quanto a alegria se faz em mais que eu;
Até a solidão exige interação, uma e outra mão...
Até pra ser só é preciso no mínimo um par...
toda vida precisa de ida e volta e revolta);
toda existência se faz a dois (ou mais),
seres iguais na contradição,
coerentes na busca pela inconclusão
agora
Voltar ao labirinto do espelho em busca da face perdida é desviar-se do tempo presente,
de tudo o que é pleno; é perder-se da vida. Fiar-se somente pela retrovisão é desprezar o momento de agora, é lidar com a sombra da revolta e o do passo ido...
O passado que hoje te desorienta foi construído no presente de seu momento, na história de um agora... Toda vida tem uma estrada a ser construída e sua hora de acontecer, ser, aparecer e sumir no ar...é preciso história viva pra ser e estar
de tudo o que é pleno; é perder-se da vida. Fiar-se somente pela retrovisão é desprezar o momento de agora, é lidar com a sombra da revolta e o do passo ido...
O passado que hoje te desorienta foi construído no presente de seu momento, na história de um agora... Toda vida tem uma estrada a ser construída e sua hora de acontecer, ser, aparecer e sumir no ar...é preciso história viva pra ser e estar
postas
As flores postas no chão da varanda,
a pele em flor no ar do dia que anda, desanda e respira a alma em postas...
façamos nossas apostas
a pele em flor no ar do dia que anda, desanda e respira a alma em postas...
façamos nossas apostas
(en)cantaria...
desenhando a vida na palma das mãos,
nas pontas dos dedos desfiando os sonhos quase em segredo...
não fosse a luz deste dia, não fosse o pulsar do ritmo que nele se fez...
não fosse assim, nada hoje em mim (en)cantaria
nas pontas dos dedos desfiando os sonhos quase em segredo...
não fosse a luz deste dia, não fosse o pulsar do ritmo que nele se fez...
não fosse assim, nada hoje em mim (en)cantaria
desejo?
o desejo que emerge da inveja só pode mesmo dar asas à violência e reinar soberano no vazio e na dor ...
seria o desejo ôco, desprovido de paixão o pai da ilusão?
seria o desejo ôco, desprovido de paixão o pai da ilusão?
quinta-feira, 11 de julho de 2013
agora
Sua/nossa presença no mundo é agora, nem antes, nem depois. Os tempos passado e futuro estão de mãos dadas com o presente, aspirar a um tempo sem estar com os pés nele, é ilusão; é perdê-lo; é perder-se de si.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
...
Fecho os olhos para apagar a ilusão imediata e outras janelas se abrem por dentro...salto uma a uma até o chão desabar
Je ferme les yeux pour effacer l'illusion immédiatement et d'autres ouverts ... saut à l'intérieur de fenêtres, un par un, à l'effondrement du sol...
Je ferme les yeux pour effacer l'illusion immédiatement et d'autres ouverts ... saut à l'intérieur de fenêtres, un par un, à l'effondrement du sol...
quinta-feira, 23 de maio de 2013
amanhecida
E como flor amanhecida de longa madrugada,
sou abraço parido na manhã que tece,
lenta e plenamente o dia que entardece
sou abraço parido na manhã que tece,
lenta e plenamente o dia que entardece
domingo, 19 de maio de 2013
poesia de dentro
RASTRO DE RISO NO OLHAR
É POESIA DE DENTRO QUE SE ANUNCIA...
É VERBO EM FLOR QUERENDO GRITAR....
É POESIA DE DENTRO QUE SE ANUNCIA...
É VERBO EM FLOR QUERENDO GRITAR....
terça-feira, 7 de maio de 2013
de todo espinho ou flor...
De todo espinho ou flor, descaminho, tanto amar ou desamor,
de toda gastura, afeto ou agrura,
verdades editadas, mentiras mascaradas,
de todo carinho desfeito em traições,
de toda pressa, temor, promessa,
noites não dormidas, dias adiados,
esperas, entregas, primaveras, utopias,
de tudo e um tanto mais a vir, a ver, a estar e ser
de tudo, há um tanto de nós que fica,
uma marca, um desenho, um gesto impresso...
nada passa em vão,
sonhos vêm, outros vão, nascem outros desejos tantos,
a nós resta nesta vida plena de portantos,
entrever a graça ou (des) que deixamos pelos cantos...
de todo espinho ou flor,
o que prevalece na/da vida que fica
é a imagem/lembrança do gesto que cada um plantou....
de toda gastura, afeto ou agrura,
verdades editadas, mentiras mascaradas,
de todo carinho desfeito em traições,
de toda pressa, temor, promessa,
noites não dormidas, dias adiados,
esperas, entregas, primaveras, utopias,
de tudo e um tanto mais a vir, a ver, a estar e ser
de tudo, há um tanto de nós que fica,
uma marca, um desenho, um gesto impresso...
nada passa em vão,
sonhos vêm, outros vão, nascem outros desejos tantos,
a nós resta nesta vida plena de portantos,
entrever a graça ou (des) que deixamos pelos cantos...
de todo espinho ou flor,
o que prevalece na/da vida que fica
é a imagem/lembrança do gesto que cada um plantou....
enquanto a pele arde...
Todo dia ardia uma chama sem nome sob a pele dos olhos, sob as peles da alma...
...e seus passos eram brasas vivas na carne...
tinha o ofício de fazer andar...com o tempo treinou a paciência, reviveu o passo a passo de cada momento...
aprendeu a calma, e hoje, a ardência é o contraponto da dormência sob seus pés...
continua a andar, às vezes em carne viva, em outras, alma leve pelo ar...
todo dia que arde é um aviso de vida que não se adia,
é um grito que se anuncia...ainda não é tarde
enquanto a pele arde jamais será tarde...
...e seus passos eram brasas vivas na carne...
tinha o ofício de fazer andar...com o tempo treinou a paciência, reviveu o passo a passo de cada momento...
aprendeu a calma, e hoje, a ardência é o contraponto da dormência sob seus pés...
continua a andar, às vezes em carne viva, em outras, alma leve pelo ar...
todo dia que arde é um aviso de vida que não se adia,
é um grito que se anuncia...ainda não é tarde
enquanto a pele arde jamais será tarde...
domingo, 7 de abril de 2013
eu não tenho certeza
eu não tenho certeza nenhuma...de nada, de ninguém, de mim...
minha estrada incerta mantém uma janela sempre aberta para um atalho,
e quando falho, recomeço...tropeço noutro fim e de novo desacerto...
porque eu não tenho certeza nenhuma...de nada, de ninguém, nem de mim...
minha estrada incerta mantém uma janela sempre aberta para um atalho,
e quando falho, recomeço...tropeço noutro fim e de novo desacerto...
porque eu não tenho certeza nenhuma...de nada, de ninguém, nem de mim...
alquimia
taça nas mãos prontas pra brindar ...
à todo instante que se anuncia resta-nos a graça da alquimia...
à todo instante que se anuncia resta-nos a graça da alquimia...
toda onda
toda onda anda a ondear em seu ir, chegar, partir, volver,
deixar-se ver e de novo voltar a ir...
toda onda busca um lugar pra existir
deixar-se ver e de novo voltar a ir...
toda onda busca um lugar pra existir
sábado, 2 de março de 2013
joias
um anel de capim dourado cravejado de estrelas e um colar de gotas de orvalho madrugador...
joias que queria em meu corpo
joias que queria em meu corpo
luz de vela
vela acesa da escuridão é poema de sol em minha mão;
é gente que dança na parede, é sombra que revela movimento,
é dança do fogo em cada dedo,
é janela pronta pra escoar o medo...
é gente que dança na parede, é sombra que revela movimento,
é dança do fogo em cada dedo,
é janela pronta pra escoar o medo...
fresta
Se tudo o que me resta é a fresta,
o céu me é pleno na retina,
nela cabem a noite, o dia,
e repousa, inda que à revelia,
o infinito que me/se (des)alinha...
o céu me é pleno na retina,
nela cabem a noite, o dia,
e repousa, inda que à revelia,
o infinito que me/se (des)alinha...
transitório
transitoriedade...a idade da vida (minha e sua)
...é o trânsito entre o que vemos,
o que de repente deixamos de ver
e o que passamos a enxergar...
...é o trânsito entre o que vemos,
o que de repente deixamos de ver
e o que passamos a enxergar...
o outro?
Não consigo imaginar o que seria de nossa vida sem o outro,
afinal, tudo é culpa dele e não temos nada a ver com o que fazemos...
olhemo-nos...reparemo-nos...responsabilizemo-nos...
e não nos esqueçamos que no outro extremo
somos o outro de alguém...
afinal, tudo é culpa dele e não temos nada a ver com o que fazemos...
olhemo-nos...reparem
e não nos esqueçamos que no outro extremo
somos o outro de alguém...
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
o tempo de sonhar
Do tempo que me resta (que não sei quanto é),
quero muito mais que festa, anseio o desejo de celebrar...
Da vida que ainda tenho, não me contenho,
resta-me o tempo do reinvento, ainda o tempo de sonhar...
quero muito mais que festa, anseio o desejo de celebrar...
Da vida que ainda tenho, não me contenho,
resta-me o tempo do reinvento, ainda o tempo de sonhar...
verbo ir
Sem paciência pra vingança,
aspiro a andança, o caminhar...
bora andar que o tempo só sabe seguir,
não tem tempo pra parar...seu verbo é ir
aspiro a andança, o caminhar...
bora andar que o tempo só sabe seguir,
não tem tempo pra parar...seu verbo é ir
dez idades
E no auge de suas dez idades pressentiu que o tempo de crescer estava prestes a bater-lhe à porta...
e num misto de susto e coragem, saltou o muro do quintal dos fundos sem que ninguém a visse, embrenhou-se nas ruas sem saída que costumava desenhar no chão de terra vermelha com gravetinhos...é lá que vive até hoje...e sem cerimônias, vez ou outra dá o ar da graça, mas logo se assusta e volta a saltar o muro dos fundos do quintal sem que ninguém perceba.
e num misto de susto e coragem, saltou o muro do quintal dos fundos sem que ninguém a visse, embrenhou-se nas ruas sem saída que costumava desenhar no chão de terra vermelha com gravetinhos...é lá que vive até hoje...e sem cerimônias, vez ou outra dá o ar da graça, mas logo se assusta e volta a saltar o muro dos fundos do quintal sem que ninguém perceba.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
nem mais nem menos
Não te quero mais, nem menos... do mesmo tanto, mas não com o mesmo encanto...
isso eu perdi faz um tempo, nem lembro....
acho que quando vi que tudo ficaria como está, sem nenhuma chance de mudar...
cada um no seu chão, voltando sempre pro seu lugar...
cada sonho todo ilusão, sem força pra voar,
sem coragem pra ir de vez ou pra ficar...
Não te quero menos, mas não consigo mais te esperar...
minha cabeça roga um porto, um rumo, anseia um colo,
não dá mais pra se reinventar assim,
não dá mais pra desejar desse jeito um jardim só do meu peito...
se é pra ser só, que seja então, mas que não seja em vão...
então, deixe-me ficar, assim mesmo sem aviso, assim mesmo indeciso,
mas volte inteiro pro seu lugar e deixe o que restou aqui de mim...
ainda há um chance de vingar alguma vida daqui, não destrua esta única chama,
não insista em algo que não existe pros dois...
Não te quero mais, nem menos... quero sim do mesmo tanto...
mas não com a mesma esperança...
essa, em algum lugar está perdida, nem sei...
deixe-me ao menos a chance de revê-la e inventar outro sonho em mim...
deixe-me só, levando nas mãos o que restou:
o desejo de dizer não, mesmo tendo na boca um sim,
domingo, 3 de fevereiro de 2013
tem dias
Tem dias que a vida é pura anestesia e só passa,
se vai sem história e sem graça...
do que se foi, nem lembrança, só notícia,
mas do que virá...nos resta sonhar a graça
e quem sabe, a alquimia...
se vai sem história e sem graça...
do que se foi, nem lembrança, só notícia,
mas do que virá...nos resta sonhar a graça
e quem sabe, a alquimia...
Por aqui
Por aqui tanta verdade, tudo parece resolvido, tudo pronto,
tudo pronto na nuvem, tudo certo perto dos olhos, diante da tela,
todo o bem, toda a religião, pra tudo aparece solução,
só palavra bem-dita, só nobreza de pensamento,
por aqui parece reinar a perfeição...
anestesiar a alma que se agita, abominar desarmonia, conflito
é preciso conter o grito...
todos sabem o que é certo, todos de luto, todos no manifesto,
todos querem a mesma opinião, a mesma política, a mesma solução...
todos, tudo e ninguém aplaudindo o amém...
diluídos no instante virtuoso e virtual...
no que é normal...
Por aqui tanta verdade, tudo parece resolvido, tudo pronto...
não é preciso contestar, discordar, pensar, nem pensar...
tudo pronto na nuvem, tudo certo perto dos olhos, diante da tela,
todo o bem, toda a religião, pra tudo aparece solução,
só palavra bem-dita, só nobreza de pensamento,
por aqui parece reinar a perfeição...
anestesiar a alma que se agita, abominar desarmonia, conflito
é preciso conter o grito...
todos sabem o que é certo, todos de luto, todos no manifesto,
todos querem a mesma opinião, a mesma política, a mesma solução...
todos, tudo e ninguém aplaudindo o amém...
diluídos no instante virtuoso e virtual...
no que é normal...
Por aqui tanta verdade, tudo parece resolvido, tudo pronto...
não é preciso contestar, discordar, pensar, nem pensar...
um afago
um colo, um afago, um afeto;
um trato, um riso, um pacto...
um laço, um nó na garganta, um passo pro abraço;
um sinal, um riso igual,
descompasso, braço a braço...
uma dança, uma ciranda,
vida que anda...tem sempre sede de um colo,
um afago, um afeto;
um trato, um riso,
um pacto, um laço...
um trato, um riso, um pacto...
um laço, um nó na garganta, um passo pro abraço;
um sinal, um riso igual,
descompasso, braço a braço...
uma dança, uma ciranda,
vida que anda...tem sempre sede de um colo,
um afago, um afeto;
um trato, um riso,
um pacto, um laço...
suplício
o estômago que ronca,
o coração que aflita,
tudo é fome que consome;
respira a espera...
suspiro, alma que grita...
o coração que aflita,
tudo é fome que consome;
respira a espera...
suspiro, alma que grita...
escolhas
escolhas, matéria-prima do acaso...
mães, irmãs, primas, parentes e derentes dos frutos colhidos,
dos sonhos tolhidos ou celebrados...
escolha é substância que move ou demove a flor do desejo...
tece a fino fio o destino, o caminho, a resposta...
a escolha é mesa posta com o alimento que mata a sua e minha fome...
é sobrenome que invento, medo, instinto...
é acaso que desminto;
é corpo e alma do pensamento...
mães, irmãs, primas, parentes e derentes dos frutos colhidos,
dos sonhos tolhidos ou celebrados...
escolha é substância que move ou demove a flor do desejo...
tece a fino fio o destino, o caminho, a resposta...
a escolha é mesa posta com o alimento que mata a sua e minha fome...
é sobrenome que invento, medo, instinto...
é acaso que desminto;
é corpo e alma do pensamento...
sábado, 2 de fevereiro de 2013
flores
as flores de meus sonhos?
não as deposito em vasos...esses seriam sonhos rasos,
não as guardo só pra mim...
prefiro a semente que germina,
a flor nascente que brota menina
e me sorri quando em quando do jardim.
não as deposito em vasos...esses seriam sonhos rasos,
não as guardo só pra mim...
prefiro a semente que germina,
a flor nascente que brota menina
e me sorri quando em quando do jardim.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
emergir
mergulhar...
...pra sentir o gosto da emersão
...e de novo...
...mergulhar...
...pra sentir o gosto da emersão
...e de novo...
...mergulhar...
...pra sentir o gosto da emersão
...e de novo...
...mergulhar...
...pra sentir o gosto da emersão
...e de novo...
...mergulhar...
coisa pouca?
não é coisa pouca...
é o que me faz tanta, feliz, plena...
é o que me faz rir por dentro e transbordar...
é coisa muita, tamanho sem tamanho que não cabe em um só olhar...
é o que vejo/sinto/toco e me faz andar...
é o que me faz tanta, feliz, plena...
é o que me faz rir por dentro e transbordar...
é coisa muita, tamanho sem tamanho que não cabe em um só olhar...
é o que vejo/sinto/toco e me faz andar...
o fio da história
O fio da história, que nos leva e traz, joga pra lá e pra cá, de ouro ou de prata ou de vento...
não se faz só de matéria bruta, de coisa absoluta, tangível...
é um fio invisível que não cessa de crescer, esticar, expandir e apagá-lo, pra quê? se o fizermos, talvez deixemos um pouco de ser... é como deixar um pouco de existir...
não se faz só de matéria bruta, de coisa absoluta, tangível...
é um fio invisível que não cessa de crescer, esticar, expandir e apagá-lo, pra quê? se o fizermos, talvez deixemos um pouco de ser... é como deixar um pouco de existir...
domingo, 27 de janeiro de 2013
pra ver...
Tem dias que eu mesma arranco meus olhos com os dedos
e deposito-os nas mãos de uma artesã caprichosa ou de um poeta romântico,
na esperança de que eles desfiem a retina e, ponto a ponto teçam o bordado de outro olhar...
teçam-me pontos de vista diversos (e prosas)...
e deposito-os nas mãos de uma artesã caprichosa ou de um poeta romântico,
na esperança de que eles desfiem a retina e, ponto a ponto teçam o bordado de outro olhar...
teçam-me pontos de vista diversos (e prosas)...
as pequenices da vida
radiante diante das pequenices da vida...
meu olhar se agiganta quando o singelo me acena e meu coração respira quase em paz...
...porque pleno de dicotomias, ele sempre precisa de um contrassenso pra pulsar e criar ritmos nessa ciranda que jamais deixa de girar, a não ser, quando o sentido da roda é sempre o mesmo e pisa (sem ou por querer)
as pequenices da vida...
meu olhar se agiganta quando o singelo me acena e meu coração respira quase em paz...
...porque pleno de dicotomias, ele sempre precisa de um contrassenso pra pulsar e criar ritmos nessa ciranda que jamais deixa de girar, a não ser, quando o sentido da roda é sempre o mesmo e pisa (sem ou por querer)
as pequenices da vida...
só o vazio e só
E numa piscada diante do espelho,
a imagem desaparecia...o reflexo se diluía numa espécie de abismo,
numa transparência quase que total, que só não era plena porque o escuro da noite, aos poucos e sorrateiramente tomava conta do quarto, cegando-a também aos poucos...
num quarto minguante daquele olhar, entre o nada no espelho e a escuridão que chegava via cortina entreaberta, o vazio...
não mais face, silhueta, semblante...só o vazio e só...
a imagem desaparecia...o reflexo se diluía numa espécie de abismo,
numa transparência quase que total, que só não era plena porque o escuro da noite, aos poucos e sorrateiramente tomava conta do quarto, cegando-a também aos poucos...
num quarto minguante daquele olhar, entre o nada no espelho e a escuridão que chegava via cortina entreaberta, o vazio...
não mais face, silhueta, semblante...só o vazio e só...
domingo, 6 de janeiro de 2013
caatinga
Da janela da caatinga, troncos retorcidos, raízes profundas, fome de água,
sede de compreensão dão o tom e a rima do lugar...
bichos e plantas e gentes caminham iguais;
uns matam a fome do outro;
outros tantos nem tanto,
mas o olhar que se desenha ao pé de cada cerca,
de cada porta, por e nascer do sol, é justo, de encanto e de espera...
Na casca seca, áspera, rude, aparentemente infértil, o contrassenso da dor e do renascimento...
desencanto e poesia... mansidão e ventania...espinho e paciência..
Na pele rachada, seca, queimada, envelhecida pela secura do tempo...
cresce sem pressa a armadura e guardiã do alimento...
repousa sutil, de cantil a cantil...a resiliência...
Nos troncos retorcidos, raízes profundas, na dor e na poesia da caatinga nasceu meu olhar de menina,
meus olhos desconfiados e secos, minha palavra rude, áspera, meu espinho existencial,
minha sede de semear mansidão e ventania...
do chão seco, quente, queimado,
trago meu desejo de flor e chuva...
minha sede de espera, primavera...poesia...
sede de compreensão dão o tom e a rima do lugar...
bichos e plantas e gentes caminham iguais;
uns matam a fome do outro;
outros tantos nem tanto,
mas o olhar que se desenha ao pé de cada cerca,
de cada porta, por e nascer do sol, é justo, de encanto e de espera...
Na casca seca, áspera, rude, aparentemente infértil, o contrassenso da dor e do renascimento...
desencanto e poesia... mansidão e ventania...espinho e paciência..
Na pele rachada, seca, queimada, envelhecida pela secura do tempo...
cresce sem pressa a armadura e guardiã do alimento...
repousa sutil, de cantil a cantil...a resiliência...
Nos troncos retorcidos, raízes profundas, na dor e na poesia da caatinga nasceu meu olhar de menina,
meus olhos desconfiados e secos, minha palavra rude, áspera, meu espinho existencial,
minha sede de semear mansidão e ventania...
do chão seco, quente, queimado,
trago meu desejo de flor e chuva...
minha sede de espera, primavera...poesia...
nasci
Nasci sem asas,
fui obrigada a correr além da conta e aprender a levitar...
hoje danço leve pelo ar e arrisco coreografias...
quem diria?
fui obrigada a correr além da conta e aprender a levitar...
hoje danço leve pelo ar e arrisco coreografias...
quem diria?
nem
nem verso, nem prosa... mais que rosa, uma flor...
mais que rima, (des)amor, (des)encanto, (des)ilusão...
uma flora inteira em minha cabeceira...
todo alfabeto do mundo num segundo de meu coração!!!
mais que rima, (des)amor, (des)encanto, (des)ilusão...
uma flora inteira em minha cabeceira...
todo alfabeto do mundo num segundo de meu coração!!!
ondeia
Queria um biquini todo lindo de estampa florida pra caminhar na praia,
mas meu corpo não tem mais vinte idades e traz marcas, cicatrizes, arranhões do tempo sobre a pele...
só me resta andar nua sob o sol e sobre a areia,
enquanto contemplo a corpo e olho nus, a nudez da vida que ondeia...
mas meu corpo não tem mais vinte idades e traz marcas, cicatrizes, arranhões do tempo sobre a pele...
só me resta andar nua sob o sol e sobre a areia,
enquanto contemplo a corpo e olho nus, a nudez da vida que ondeia...
sábado, 5 de janeiro de 2013
Fome
A minha fome também é desse mar, dessa água verdinha, dessa mansidão que parece me abraçar...
A fome que é minha é além; é de mar-a-mar...
A sede que meu corpo tem, também não é só desse lugar, desse segundo...
meus olhos pedem sempre outro ponto de luz, outro céu, outra iluminação...
...a vista que bebo dia, tarde, auroras adentro, navega leve na esfera sem tempo...
reflexo nu, jardim de firmamento...
A fome que sinto, a sede que quero matar,
é ponte de levar, água de correr, estrela que anuncia...
...é música que leva corpo e olhar longe daqui...
...é data que prevejo,
sabor, desejo, herança de sonhar muito além de todo cantar
...é uma vontade criança, que rabisca na janela embaçada
ou na terra solta do chão
uma mão estendida,
sonhando doce e atrevida, um colo-descanso-imensidão
nas águas verdinhas do mar-a-mar
A fome que é minha é além; é de mar-a-mar...
A sede que meu corpo tem, também não é só desse lugar, desse segundo...
meus olhos pedem sempre outro ponto de luz, outro céu, outra iluminação...
...a vista que bebo dia, tarde, auroras adentro, navega leve na esfera sem tempo...
reflexo nu, jardim de firmamento...
A fome que sinto, a sede que quero matar,
é ponte de levar, água de correr, estrela que anuncia...
...é música que leva corpo e olhar longe daqui...
...é data que prevejo,
sabor, desejo, herança de sonhar muito além de todo cantar
...é uma vontade criança, que rabisca na janela embaçada
ou na terra solta do chão
uma mão estendida,
sonhando doce e atrevida, um colo-descanso-imensidão
nas águas verdinhas do mar-a-mar
tudo
"tudo o que eu quero é um acorde perfeito maior", e uma cachoeira descendo plena e destemida sobre a pele de minha alma!!! é pedir muito???
casamento
Agora tudo o que me resta é fazer festa em meu fogão;
cheiro em flor por companhia; chama acesa com tempero e poesia....
casamento perfeito: do arroz com feijão
cheiro em flor por companhia; chama acesa com tempero e poesia....
casamento perfeito: do arroz com feijão
correnteza
Às vezes, correnteza é tudo o que a gente sabe ser;
só quando as águas param é que vemos o que nossos braços trouxeram...
e aí...só nos resta ser água novamente...
só quando as águas param é que vemos o que nossos braços trouxeram...
e aí...só nos resta ser água novamente...
sede
A sede que em mim não cessa é de ser plena;
não tudo a todo tempo, mas inteira no que me cabe.
Muitas vezes sem pressa a vida acena e eu retribuo exercitando a contemplação.
não tudo a todo tempo, mas inteira no que me cabe.
Muitas vezes sem pressa a vida acena e eu retribuo exercitando a contemplação.
quer dizer...
Quer dizer?
Faça!
Não sabe fazer?...
...há que sonhar primeiro.
...experimente...o resto é...não é!!!
Faça!
Não sabe fazer?...
...há que sonhar primeiro.
...experimente...o resto é...não é!!!
Ouviu?
Muitas vezes, na maioria delas, ergo minha voz...
ainda quando me calo...no desenho que o silêncio em mim se faz...
e no grito (mudo) que minha alma traz...falo...
ainda que umas tantas vezes sem ouvidos...
ou com os sentidos adormecidos...desviados...
...trago meu silêncio no grito calado de minha voz...
assim vou dizendo-sendo o que meu sentido traz,
...no silêncio ou no grito em que minha voz-vida se faz...ouviu???
ainda quando me calo...no desenho que o silêncio em mim se faz...
e no grito (mudo) que minha alma traz...falo...
ainda que umas tantas vezes sem ouvidos...
ou com os sentidos adormecidos...desviados...
...trago meu silêncio no grito calado de minha voz...
assim vou dizendo-sendo o que meu sentido traz,
...no silêncio ou no grito em que minha voz-vida se faz...ouviu???
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