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Sonhar é preciso, nem que for sonho de padaria...

Nem uma coisa nem outra, o que há entre elas é o que me encanta

sábado, 29 de dezembro de 2012

morrer...

Sei que no dia exato em que me for ou estiver prestes a ir de vez, talvez esta metáfora seja pequena, incoerente e não me diga nada. Pode ser. Pode não ser. Só vou (vamos) saber quando acontecer.
O certo é que vai acontecer, e sem amarguras ou algo do tipo, hoje passou por mim uma sombra, um rabisco do que seria morrer. 
Não no sentido do último suspiro, do último golpe de ar, da última visão,
mas o sentido de estar se indo embora sem perceber a vida toda,
e não darmos conta disso. Acho que ninguém dá mesmo, e mais,
acho que só damos conta disso depois de muitos anos passados,
quando o corpo não mais dá conta de tudo que carregava e começa
a reclamar. Daí, começamos a prestar atenção, de um jeito ou de outro.
Por isso escrevi (porque senti) hoje que:
Morrer deve ser algo que chega assim sem sonhos e sem desejo de emoção, qualquer uma...
deve ser se perder do/dos que causava(m)-nos frio na barriga, lágrimas nos olhos, suspiro, qualquer um...
deve ser um não-querer-seja-lá-o-que-flor...
...não lembrar do jeito que o amor tem, 
...não saber do barulho do mar,
...esquecer a coreografia,
...desaprender a gritar,
...rima sem poesia,
...pra onde se vai, de onde se vem...
...deve ser não ter um amigo pra coar um café
e cantar pra ninguém...
...assim, sem sonho e sem desejo de emoção ou suspiro,
qualquer um...

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