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Sonhar é preciso, nem que for sonho de padaria...

Nem uma coisa nem outra, o que há entre elas é o que me encanta

terça-feira, 22 de junho de 2010

Quando nasci

Quando nasci, não soube de anjo algum a zelar por mim.
Nem esbelto, nem safado, nem torto, nem sequer um querubim a me dar conselhos.
Mas tinha uma parteira astuta, quase-anja, meio bruta, que me esperava de joelhos.
Trazia no colo uma bacia branca esmaltada,
com toalhas quentes e água benta da cisterna: fonte cristalina em que seria eu lavada.


Não. Não tinha mesmo destino algum entoado pelos anjos,
mas naquela sala eram tantos os santos, eram tantas as rezas,
que só me restava mesmo vingar.
Acho que vinguei.
Pelos menos,
Até agora.

4 comentários:

  1. Ê, Eva! Que lindo que tá isso aqui, hein?
    E eu nem sabia que "essas terras" existiam.
    Tô acompanhando agora.
    Beijo!

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  2. Essas terras também são suas, nossas!!! E embora muitas vezes (na maioria delas) minha voz se ausente, é só em sua forma física, ou sonora, mas vozes vibram em meu coração, em minhas artérias em busca de alguma canal que chegue até aí, até vocês, até NÓS...

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  3. " Quando nasci veio um anjo safado, um chato dum Querubim, falou pra mim que eu tava predestinado a ser todo ruim..."
    Que bom que vingamos.

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  4. Lindo!!! Tb nasci de parteira ...
    Bonito o seu espaço! :)
    Cipy

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