E quanto à lágrima que caiu e você nem viu,
Ao choro engolido, ao sentimento corrompido
Em nome de não sei o quê
E quanto às noites no sofá que você nem sabe,
Os sorrisos invertidos pra tevê, pra alguém
Que nem sabe se eu existo,
Quanto tempo ainda resta, nessa vida, uma fresta
É o que sustenta a existência,
Parcimônia, paciência, num espelho nublado
Gente a gente, lado a lado e nenhum encontro,
Toque a toque, olho a olho e ninguém se revela
Vistas postas numa tela, de cristal, de papel, digital
Vidas tortas, distorcidas, desatadas, (des)tecidas
Sem um nó que as abrace, que resolva o impasse,
Que promova o enlace, que demova o desumano em nós...
Nós de cadarço, de madeira, de cetim, de algodão, de corda,
De fita, de cipó, de barbante, de aço, de amante, de um abraço...
Braço a braço, passo a passo,
Não um sendo dois, nem dois sendo um,
mas todos sendo tantos, com sonhos em comum
Nenhum comentário:
Postar um comentário