Eu tinha um par de asas,
vez ou outra, saía céus afora e mundos adentro,
Mas, voava só...
não tinha pra quem contar das maravilhas que via,
Um dia, uma de minhas asas quebrou, e nem voar eu podia mais,
me contentava em caminhar ruas e calçadas adentro.
Tinha só uma asa, mas sempre de olhos para o alto.
Numa dessas ruas, no finzinho de uma manhã qualquer,
vi alguém, também dono de uma asa só.
Olhando os dois para cima, foi inevitável o encontro das retinas.
E nos vimos, sós, de pés no chão e alma no céu.
Entrelaçamos as mãos e daí em diante,
nossas asas solitárias são um par.
O céu que nos aguarde.
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