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Sonhar é preciso, nem que for sonho de padaria...

Nem uma coisa nem outra, o que há entre elas é o que me encanta

segunda-feira, 29 de março de 2010

Olha o que o cientista "Henri Laborit" disse em "Meu tio da América" de Alain Resnais

...nossas sociedades permanecem organizadas segundo o modo Cro-Magnon de dominação. De fato, o nosso cérebro não evolui há 15 mil anos. Ou dominamos, ou somos dominados. E diante desta situação existem duas reações possíveis: a luta ou a fuga. Se não podemos utilizar nenhum destes meios, surge a inibição. Entre os homens, que possuem um imaginário, este bloqueio se chama angústia e gera uma enorme variedade de mal-estares, como a úlcera, o câncer, a loucura, a morte enfim; a não ser, é o que comprovo com minhas experiências com os ratos brancos, que possamos compensar a angústia agredindo um outro ser humano...”

http://www.youtube.com/watch?v=M7AfY-ux7Ds

Não é possível pensar os seres humanos longe, sequer, da ética, quanto mais, fora dela (Paulo Freire)

Estamos no olho do furacão, sendo atacados por todos os lados, (pela mídia, pelo governo, pelo sindicato, pela sociedade, pela escola) e não conseguimos nos mover, nem a favor, nem contra.
Por que será? O que nos impede? Seria somente medo? Mas medo de quê?
Talvez devamos pensar bem e ter em mente que estamos de fato em uma guerra e quando isso tudo acabar, a guerra continuará, os ataques continuarão.
E mesmo que ninguém mais toque no assunto, muitos continuarão a ser atacados, assim, em cadeia, na mídia, na sociedade, na nossa escola, até que um dia, entrem no nosso jardim (e aí estaremos sozinhos), roubem nossas flores; invadam nossas casas e nossos quartos e enquanto dormimos, levem nossos pertences e nossa voz, e com ela, nossa dignidade.
Mas aí, já teríamos perdido o ingrediente principal de nossa força: a solidariedade.
Vamos tentar refletir sobre a que interesse nossas ações e nossa fala atendem.
E nosso silêncio? Favorece a quem?
Estamos de algum lado? Qual?

sábado, 27 de março de 2010

Convite - Lya Luft


Não sou a areia
onde se desenha um par de asas
ou grades diante de uma janela.
Não sou apenas a pedra que rola
nas marés do mundo,
em cada praia renascendo outra.

Sou a orelha encostada na concha
da vida, sou construção e desmoronamento,
servo e senhor, e sou
mistério

A quatro mãos escrevemos este roteiro
para o palco de meu tempo:
o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos
a sério.

Como bem disse Lya Luft

A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranquilidade, querer com mais doçura.
Às vezes, é preciso recolher-se.

A Lua Azul

A lua azul do meu quintal, sempre me sorri igual. Todos os dias, me revela uma imagem assim.Do cantinho de minha janela, todas as noites, lá vem Ela, iluminando a noite dos meus sonhos...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Uniforme escolar

Equipe feminina de basquete da Escola Americana em 1933. Você acha que era fácil fazer uma bandeja com essa roupa?

segunda-feira, 22 de março de 2010

Nem santa nem profana,
nem rainha nem ralé,
nem deus nem o diabo,

Salvo em dias de tpm,
nos outros tantos,
somos "tantos",
até mesmo "mulher"...

domingo, 21 de março de 2010

E o riso...

E o riso que caiu de minha face,
ainda que disfarce,
sei que se perdeu ou se escondeu
em algum jardim,
dentro de mim? dentro do eu? (...)

III CLAFPL - CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS

III CLAFPL – III Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas


TEMA: TENDÊNCIAS E DESAFIOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS NO SÉCULO 21


Local: Universidade de Taubaté, São Paulo, Brasil,

O evento será constituído por conferências, mesas-redondas, simpósios, sessões de comunicações coordenadas, comunicações individuais e sessões de pôsteres, que contarão com nomes representativos da área de formação de professores do Brasil e do exterior.

O prazo para envio das propostas, para as modalidades (v. Normas para elaboração e submissão dos trabalhos, abaixo), é 31 de março de 2010, estando a divulgação do aceite prevista para julho do mesmo ano. As línguas oficiais do evento serão o português, o espanhol e o inglês, e a apresentação deverá ser feita na língua na qual o resumo foi escrito.

A seleção dos trabalhos será feita pela Comissão Científica do III CLAFPL, que observará os seguintes aspectos: adequação às normas estabelecidas para a elaboração dos resumos; pertinência do trabalho aos temas do Congresso; redação clara e objetiva; relevância do trabalho para a Lingüística Aplicada.


A inscrição, de acordo com a data de efetivação, seguirá a tabela a seguir:
Até 10/08/2010
Profissionais R$ 100,00
Alunos com comprovação de matrícula R$ 70,00
Até 10/09/2010
Profissionais R$ 110,00
Alunos com comprovação de matrícula R$ 80,00

Até 10/10/2010
Profissionais R$ 120,00
Alunos com comprovação de matrícula R$ 90,00
A partir de 11/10/2010
Profissionais R$ 160,00
Alunos com comprovação de matrícula R$ 120,00

Maiores informações:

clafpl@unitau.br

sábado, 13 de março de 2010

QUASE ÁGUA, QUASE FOGO, QUASE NEVE...

Eu estava indo embora, batendo em retirada
e vários dias inventei um drama pra me dar coragem. 

Quis sair de fininho, madrugada adentro,
pra ninguém sair ferido ou marcado demais.

Todos os dias te contava uma história bonita,
pra que não se sentisse sozinho e enquanto alimentava
a solidão de minha alma e de meu próprio caminho,
apenas seguia, porque este é o destino dado a quem vive.

Não se pode voltar ao útero, nem ao paraíso.
Resta apenas ir adiante...
Saindo assim, quase inesperadamente,
decidi enfrentar a vida, no sentido de seguir em frente.

Nos dramas que inventei internamente,
éramos o sol e a lua, minha história e a tua,
impossível de se encontrar.

Dois seres encantados aprendendo com o desencanto.
Duas almas prontas implorando por um milagre
ou um barco que as leve.

Bem leve, bem leve.
Bem de leve.
Quase água, quase fogo, quase neve ...

E agora, Professor?

É impressionante a capacidade de que as pessoas têm
de "simplificar" e "reduzir" a importância e a
complexidade de situações, e por que não dizer de fenômenos
sociais. Talvez a estratégia do sindicato dos professores
não seja mesmo a melhor, afinal, eles não têm a mídia como
parceira.
Agora, reduzir a deteriorização do sistema educacional
brasileiro à má atuação dos professores, chega até a soar ingênuo.
Basta sair uma manchete em um veículo reconhecido e uma
notícia assinada por um nome também reconhecido, que passa
a ser verdade. Penso que apenas considerando a real situação
da escola pública e a Educação em nosso país, poderemos fazer
um balanço plausível e coerente com a realidade.
Não parece incoerente demais que somente na educação haja maus
profissionais (os professores) e que somente estes sejam os
culpados por tudo o que há de errado.
E ainda, se há anos já se proclama esta máxima,
por que então as autoridades competentes
ainda não mudaram este quadro?
E mais, não é estranho que somente
o professor seja alvejado pelo fracasso do sistema educacional,
(como se não houvesse outros profissinais envolvidos na educação),
enquanto, sabe-se e aceita-se o igual - ou pior - fracasso do
nosso sistema de saúde,(entre outras áreas)e, no entanto,
não vejo a culpa ser transferida para os médicos e estes serem
"alvejados" pela mídia, nem serem ridicularizados e desvalorizados
perante a sociedade.
Vamos criar também um sistema de avaliação anual
para os médicos e expor os resultados??? Quem tem coragem???
Assim como existem maus médicos na saúde, há na educação,
maus professores.
Mas é justo GENERALIZAR?

Não parece que esta situação é muito mais complexa do que
simplesmente uma solicitação de reajuste salarial?
O fracasso da Educação já é uma verdade consolidada,
e assumida,tanto é que incessantemente há na mídia apelos pela
"qualidade da educação". Como posso primar pela qualidade
de algo que praticamente inexiste?
O que sei é que não se pode reduzir uma questão tão complexa
como a da educação brasileira, em culpa dos professores.
É desconhecer demais a realidade da Educação de nosso país.
Insistir em culpar os professores pelo fracasso da Educação,
além de ser ingênuo é superestimar demais o poder destes
profissionais. Nâo acham???

OS VILÕES... SERÁ?

A impressão que tenho, é que os professores da rede pública
são os vilões do nosso tempo. São ultrapassados, incompetentes,
conformados e agora com a greve, "inimigos da educação".
Se isso é uma realidade, por que as autoridades competentes
não mudam este quadro? Por que será que a escola não muda?
Vocês já repararam que a escola do século XXI é a mesma do
século retrasado? Até a caderneta não mudou em nada: ora é azul, ora é cinza...
Em plena era digital, nós temos que recorrer ao bom e velho
mimeógrafo, porque a impressora da escola nunca tem tinta, ou
está quebrada. A sala de informática está repleta de computadores,
mas permanece intacta, constantemente fechada. Nunca está
pronta (há 02 anos). A escola tem uns três televisores e uns seis
aparelhos de dvds, mas nunca há espaço disponível para usá-los, a
não ser que improvisemos, e muito!
Mas o que importa, é que estamos todos: professores e alunos,
trancafiados e silenciados em uma sala de aula e não incomodemos
ninguém.
O professor deve mesmo estudar, se aprimorar, deve ter comprometimento
em seu trabalho, assim como todo profissional independente da
área de atuação. O que me aterroriza, é que não vejo na mídia
os maus médicos sendo expostos e cobrados por suas falhas, Muito
menos os advogados, ou até mesmo, os grandes jornalistas. Seriam
eles todos infalíveis?? Ou será que os professores estão fadados
a este estigma do profissional incompetente?
Já até vi médicos e advogados ministrarem aula, mas nunca me
lembro "na história deste país",de um professor prescrever
uma receita.
Será de fato, que em nosso país existe somente este professor
incapaz e folgado que a mídia projeta? Por que só o mau professor
merece foco? Cadê meus grandes amigos e parceiros pesquisadores,
intelectuais? Eu sei que eles existem, mas, parece que ninguém
mais sabe, e nem faz questão de saber.
Seria justa esta GENERALIZAÇÃO?
Parece um pensamento um tanto simplista demais, para alguém da
sabedoria do senhor Dimenstein, reduzir a tentativa de mudança
de uma situação assumidamente falida,- como é o caso da Educação
em nosso país- para um caminho que aponte para uma melhora,seja
ela qual for.
Até por questão de consciência e coerência, não se pode acreditar
que todo este movimento dos professores seja simplesmente pelo
reajuste salarial. É óbvio demais...
Mas o triste, é que apesar de todas as contradições da secretaria
da educação e demais órgãos, as pessoas insistem em acreditar.
O que posso fazer agora, além do que faço diariamente com meus
alunos, é convidar a quem duvida da situação precária e vexaminosa
da escola pública, a nos fazer uma visita...

quarta-feira, 10 de março de 2010

O menino do pijama. A menina da lágrima.

Sem mistério nem pudor,
A lágrima rolou dos olhos de uma menina,
E na face de todas as meninas se personificou

Primeiro o espanto nos olhos deslumbrados,
Por fé, ou sua pura ausência, na descrença daquele horror.

No silêncio, a dúvida cruel que não se confirmou.
E trouxe ao crematório o corpo daqueles dois meninos,
Que de mãozinhas dadas, traziam a alma de todos os meninos...

Sem tempo pra lágrimas, tiveram suas coragens eternizadas
Sem chances pra fuga, seus voos incinerados nas mesmas chamas
que outros tantos meninos, e meninas, e homens, e mulheres, e tantos
outros, que não apareceram nas cenas do filme.

Diário de Classe

Hoje o dia foi bem inspirador.
Estou lendo com meus pupilos "O menino do pijama listrado"
e esta leitura compartilhada nos conduziu a outras experiências.
Por exemplo, sentimos a necessidade de assistir ao filme de mesmo
título e dividir as leituras em capítulos.Ao finalizar o filme,
observamos imagens dos campos de concentração e apesar do choque
que as cenas do holocausto nos trouxeram, esta experiência abriu
um canal de comunicação, um diálogo entre nossas realidades e
as obras cinematográfica e literária.
Trabalho com seis primeiros anos do ensino médio e hoje,
ao finalizar o filme e observar as fotos,tive a ajuda do
professor de História - que entrou na sequência de minha aula-
que com muita sabedoria conduzir sua aula tendo como ponto de
partida o contexto histórico presente no filme e no livro.
Foi maravilhoso trabalhar em parceria e mais lindo ainda,
ouvir dos alunos as expressões: "Bem que os professores podiam
aproveitar outras matérias para dar sua aula né professora?";
"Que aula de história nós tivemos hein professora!"
O resultado? Hoje, eu e o professor de História saímos da escola
com uma sensação maravilhosa de missão cumprida e os alunos com um
desejo inegável nos olhos de voltar à aula.
Amanhã vamos iniciar um diário, no qual os alunos escreverão suas
impressões sobre o filme e capítulos lidos durante as aulas,
mas isso já é assunto de outra aula. Até lá.

terça-feira, 2 de março de 2010

Sobre homens e Pássaros

Feito um pássaro encantado,
você entrou em minha sala e me disse do mundo lá fora.
Das cores, das coisas, dos jeitos enfim.

Em suas penas prateadas, vi o brilho do rumo que queria pra mim.

Quis subir em suas asas e voar contigo,
mas não dava... era peso demais,
então,ficamos os dois à espera:
eu a espera de seu pouso e você a espera do porto seguro pra um descanso.

Pensei várias vezes em te criar uma gaiola de prata
e até mesmo em me engaiolar contigo,
mas adivinhava da tristeza de ser prisioneiro
e meu coração que é bem mais sábio que eu,
preferiu nos desenhar um par de asas reseva,

Assim, você tem fôlego pra ir e voltar quando quiser
e eu forças pra voar, quando Ele (o coração) pedir...

ASAS

Eu tinha um par de asas,
vez ou outra, saía céus afora e mundos adentro,
Mas, voava só...
não tinha pra quem contar das maravilhas que via,

Um dia, uma de minhas asas quebrou, e nem voar eu podia mais,
me contentava em caminhar ruas e calçadas adentro.
Tinha só uma asa, mas sempre de olhos para o alto.

Numa dessas ruas, no finzinho de uma manhã qualquer,
vi alguém, também dono de uma asa só.

Olhando os dois para cima, foi inevitável o encontro das retinas.
E nos vimos, sós, de pés no chão e alma no céu.
Entrelaçamos as mãos e daí em diante,
nossas asas solitárias são um par.
O céu que nos aguarde.